Telles e Romão Tavares vencedores da 50º Corrida TV

A corrida do cinquentenário das corridas TV abriu com um minuto de silêncio em honra de Domingos Paixão, bandarilheiro recentemente falecido. Uma corrida com cerca de três quartos de público, viram um curro de Murteira Grave de elevada apresentação e trapio, um bonito curro sem dúvida.
Como cavaleiro mais velho de alternativa abriu praça António Ribeiro Telles, frente a um exemplar Grave de 574 quilos. Andou correcto nos três ferros compridos que cravou. Nos curtos preparou bem as sortes e cravou ferros de excelente nota artística, teve uma boa lide e um oponente à altura. Pegaram os amadores de Montemor por João Pedro Tavares à primeira tentativa.

Na sua segunda lide, quarta da corrida, rubricou a melhor lide da noite e foi essa mesma que venceu o troféu para a melhor lide em disputa. Com um touro bravo e sério de 578 quilos, o cavaleiro da Torrinha deixou dois bons compridos e na segunda parte começou o recital de classicismo. Com o cavalo Alcochete cravou curtos de verdade e emoção, de excelente nota, tal como a sua lide. Com a pega a cargo dos amadores de Lisboa, foi caras Daniel Batalha que consumou à segunda tentativa.
Vítor Ribeiro vinha embalado das sanjoaninas e não queria deixar os créditos por mãos alheias, no segundo touro da corrida com 530 quilos, Ribeiro cravou dois bons ferros compridos. Na segunda parte da corrida com cites de praça a praça deixou uma boa série de ferros curtos. Sacou o Bolador e realizou bonitas bregas na parte final. Um bom touro e uma boa lide. Pelos amadores de Lisboa pegou Pedro Gil, uma boa pega à barbela e à primeira tentativa.
Na sua segunda lide teve por diante o touro mais pesado da corrida com 590 quilos. Cravou dois ferros compridos num touro que com o desenrolar da lide se mostrou difícil e reservado. O cavaleiro esforçou-se e deu a volta por cima, teve uma actuação correcta e terminou a lide com um excelente ferro em sorte violino. No que diz respeito à pega foi onde se viveu o maior momento de aflição. Francisco Borges do grupo de Montemor sofreu um violentíssimo derrote na sua primeira tentativa e saiu directo à enfermaria. Dobou-o Frederico Caldeira que pegou à sua segunda tentativa, terceira do grupo. Touro muito brusco e muito difícil de pegar.
O mais jovem do cartel era João Maria Branco, o cavaleiro de Estremoz terminou a primeira parte da corrida frente a um exemplar de 580 quilos. Como é de sua característica, foi buscar o touro à porta dos curros e em seguida cravou dois bons ferros compridos. Na segunda metade da lide é que a coisa se complicou. Optou por ferros com batidas ao pitón contrário e estas a serem exageradas, resultado ferros com cravagem descaída. O jovem ginete não encontrou os melhores terrenos para lidar o touro e o êxito não surgiu. Decidiu não dar a volta no final. Foi daqui que saiu a pega vencedora. João Romão Tavares do grupo de Montemor realizou uma pega rija agarrado à córnea do Grave à primeira tentativa.
Para terminar a corrida Branco deparou-se com um hastado de 582 quilos. Decidiu cravar três ferros compridos que saíram de boa nota. Apanhou um touro com transmissão e com ferros de batida ao pitón contrário cravou belas bandarilhas. Teve um bom touro, uma boa lide e com o Zinco ainda fez algumas piruetas. Pegou Manuel Guerreiro pelo grupo da casa à primeira tentativa. Excelente o trabalho de primeiro ajuda que acabou chamado a dar a volta.