Apesar da previsão de mau tempo, a terceira corrida da liberdade em Viana do Castelo foi por diante e até teve uns bons raios de sol.
Fraca adesão de público à corrida, talvez fruto do adiamento da mesma para duas semanas mais tarde, e quanto aos tais antis de Viana poucas pessoas, cerca de 30 segundo falavam os seguranças da corrida. Para quem dizia que Viana era anti-tourada, não me parece que a cidade tenha apenas 30 habitantes.
Quanto ao cartel era aliciante com o maestro da Torrinha, António Ribeiro Telles, o mais regular cavaleiro da actualidade, Luís Rouxinol e ainda o novilheiro Manuel Dias Gomes. Pegavam em solitário os amadores de Lisboa, touros das ganadarias Prudêncio, Paulino da Cunha e Silva, Lopes Branco, Vale Sorraia, Pontes Dias, Fontembro e Benjumea. E, disputa troféus para a melhor lide, pega e touro mais bravo.
Abriu praça Telles que lidou um touro da ganadaria Prudêncio, mas touro só de nome pois mais parecia um garraio. Sem presença nem trapio,desde a saída refugiou.se logo em tábuas e não mais de lá saiu. O ginete deixou três compridos a sesgo e mais três curtos na mesma sorte, não havia mais nada a fazer a um touro completamente manso e sem força. Para a pega saltou António Galambaa que realizou uma pega fácil à primeira tentativa.
Na segunda de Telles e quarta da tarde a conversa foi outra. Frente ao exemplar de Paulinho da Cunha e Silva, Telles andou a gosto e rubricou uma boa exibição. Deixou dois compridos correctos e nos curtos subiu o tom. Cravou grandes ferros de verdade e muita toureria, símbolo da herdade da Torrinha. Deu a volta a um complicado adversário e teve muito bons momentos. Martinho Lopes fez uma boa pega à primeira tentativa.
Luís Rouxinol lidou o melhor touro da corrida, o segundo da tarde pertencente à ganadaria Vale Sorraia de mestre David Ribeiro Telles. Deixou nele dois compridos e nos curtos cravou grandes ferros, bem no desenho das sortes e exímio na hora de cravar.Terminou a lide com um ferro de palmo seguido de um grande violino, apenas faltou o par. Boa lide do cavaleiro de Pegões.
Saltou para a cara do touro Bernardo Robredo que pegou à segunda tentativa.
No seu segundo touro voltou a triunfar. Um touro complicado de Rouxinol soube dar a volta e logo se saída cravou dois compridos. Trocou de cavalo e tal como na lide anterior surgiram grandes ferros. Uma serie de curtos, um ferro de palmo e por fim o típico par de bandarilhas a duas mãos muito bem executados. Grande lide também. Para terminar a corrida para os amadores de Lisboa, João Galamba pegou à primeira tentativa.
Na parte a pé houveram duas lides completamente distintas por parte de Manuel Dias Gomes.Na sua primeira lide, terceiro touro da tarde, não teve sorte com o oponente.Um touro grande mas sem qualquer tipo de força, inclusive até se deitou na arena. O novilheiro recebeu-se com uma revolera e lidou-o no capote a verónicas. Para as bandarilhas saltaram Filipe Gravito e Joaquim Oliveira e ambos deixaram dois bons pares. Na moleta teve de arriscar e sacou alguns bons momentos, Com naturais de ambas as mãos via o touro sempre a cair ou por falta de força ou por meter a cara baixa demais e ficar enterrado na arena. Valeu pelo esforço do jovem novilheiro.
No último touro assistiu-se a bom toureio apeado. Frente a um touro bravo que veio de mais a menos, Dias Gomes recebeu-o em verónicas e meias verónicas no capote, seguindo depois o touro para dois pares de bandarilhas. Na moleta o seu toureio veio ao de cima sacando grandes series e lances muito vistosos. Com naturais a duas mãos e passes de peito, aproveitou bem o touro colaborante e demonstrou um toureio variado, com gestos perfeitos e de grande risco. Uma boa lide.
Quanto aos prémios, a melhor lide foi para Rouxinol, a melhor pega foi a de Martinho Lopes e o melhor touro foi o de Vale Sorraia. Destaque ainda para a menção honrosa recebida por Dias Gomes pela grande lide ao último touro da corrida.
Para o ano esperemos que volte a haver a quarta tourada da liberdade, com mais público de preferência e mais uma vez a derrotar o autoritarismo de quem quer mandar no que não pode.
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