sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Entrevista exclusiva a Duarte Pinto



OT (Olhar Taurino) - Vindo de uma família ligada aos touros, principalmente seu pai que foi cavaleiro tauromáquico, essa foi a sua grande influência para também enveredar por esta profissão?
DT (Duarte Pinto) -O meu pai foi, sem dúvida, a minha principal referência e influência e aquele que me induziu naturalmente o gosto pelos cavalos e pela tauromaquia. Estar ao lado dele e acompanhá-lo diariamente não só nos treinos como nas corridas de touros despertou-me e cativou-me para seguir pelo mesmo caminho.

OT -Como caracteriza o seu toureio?
DT -Não deixa de ser não só uma pergunta muito interessante como difícil de responder...Toureio é sentimento e o meu toureio não foge à regra, tento tourear da maneira que mais sinto o toureio em todas as vertentes. Considero a equitação uma base fundamental para tourear bem a cavalo e, como tal, trabalho todos os dias nesse sentido, para ser melhor cavaleiro e para ter os meus cavalos o mais arranjados possível. A partir daí seja de uma maneira mais clássica ou mais moderna, o importante é dar vantagens aos touros e interpretá-los bem, com ferros de verdade e ao estribo, tentando transmitir o máximo de emoção possível porque a festa vive da verdadeira emoção que transmitimos para os aficionados.

OT -O Duarte nas ultimas épocas tem evoluído bastante. A que se deve tal evolução?
DP -Toda essa evolução de que fala deve-se a vários factores, que todos juntos, me têm permitido melhorar cada vez mais. Trabalho diariamente e intensamente sem excepção para melhorar, melhorar como cavaleiro, como toureiro e penso que isso tEm sido a base do sucesso. Naturalmente que, o facto das empresas terem vindo a apostar cada vez mais em mim também têm ajudado bem como o facto de o público sentir e reconhecer cada vez mais todo o meu trabalho, muito têm ajudado para esta evolução. Nestes últimos 4 anos realmente tenho sentido grande evolução e, visto que esse é o meu lema e a minha base principal, quero trabalhar cada vez mais, para evoluir cada vez mais e melhorar em todos os aspectos e em tanto que sempre há para melhorar.

OT -Na sua carreira, qual o momento mais alto e qual o menos bom?
DP -Desde que toureei pela primeira vez em público em 2002 até à última época de 2013 que, tal como me referiu, a evolução têm sido progressiva com principal referência para as últimas 4 épocas em que realmente tenho toureado muito melhor e evoluído como nunca tinha ocorrido na minha carreira.
È difícil destacar o momento mais alto e o menos bom da minha curta carreira mas, sem dúvida, que a regularidade, a consistência e o nível das actuações que tenho obtido nestas últimas temporadas, bem como o reconhecimento do público e dos empresários, têm sido o mais importante de salientar. Felizmente tenho tido bastantes momentos de destaque, com actuações importantes nas mais importantes arenas nacionais como Campo Pequeno, Santarém, Póvoa Varzim, Montijo, Setúbal, Nazaré, Elvas, ...etc...e até em arenas de menos dimensão histórica mas para mim igualmente importantes e que sempre encarei da mesma maneira.
O mesmo sucede com os momentos menos bons, é difícil para mim particularizar mas claro que os tive em épocas anteriores e continuarei a ter em épocas futuras, por muito que trabalhemos ao máximo não estamos livres de actuações menos boas, e eu não sou excepção. O importante é aprender com elas, perceber o porquê e lutar para melhorar cada dia. Os momentos menos bons são, geralmente, aqueles em que mais aprendo e que mais me fazem melhorar como toureiro e como pessoa.

OT -Como vê o estado da tauromaquia em Portugal?
DP -Em primeiro lugar, infelizmente de uma maneira apreensiva por toda a conjuntura económica do país e das pessoas e que se reflecte, e bem, na actividade tauromáquica. Torna-se muito complicado para um profissional da tauromaquia “aguentar-se” porque se os aficionados não podem ir aos touros com a mesma regularidade e apetência que gostariam e  isso vai-se reflectir nos empresários e posteriormente em nós cavaleiros. Por outro lado vejo a tauromaquia cheia de futuro e cheia de qualidade. Os cavaleiros veteranos continuam a manter um nível elevadíssimo e a serem um exemplo para qualquer cavaleiro, e a geração mais nova, dentro de estilos e maneiras diferentes de interpretar o toureio, têm mostrado tanto valor e tanta evolução que a qualidade da tauromaquia, nesse aspecto, está assegurada! E recomenda-se, claramente!!

OT -Qual a praça que mais gosta de tourear e porquê?
DP -Tenho várias praças que considero de destaque e que cada uma, pela sua história e feiras e datas  importantes, são as mais importantes e aquelas que mais gosto de tourear. O Campo Pequeno, simplesmente por ser o Campo Pequeno e por tudo o que representa, é a minha referência mas, honestamente, muitas outras praças me enchem as medidas e tanto me orgulham em tourear nelas, como por exemplo Santarém!

OT - Durante a sua carreira qual o cavalo que mais o marcou e o quais as expectativas em relação á sua quadra para a próxima  época?
DP-O cavalo que mais me marcou, em toda a minha carreira, foi o Òboé, cavalo do ferro da casa, castanho escuro de cara branca, que durante várias épocas “me deu o privilégio de tourear com ele”. Foi o cavalo que mais me ensinou a tourear e dos que mais desfrutei a tourear. Muito da minha evolução e qualidade toureira se deve a ele. Saudades!! No que diz respeito à minha quadra actual posso afirmar, que no conjunto e pela qualidade, é a melhor e mais completa quadra que já tive. Os meus 2 cavalos mais veteranos, a Princesa e o Dilário, os meus 3 cavalos pretos, Visconde, Baltazar e Barão, e os meus 2 baios, Vigo e o Cesário, responderam em grande nível esta temporada e dão-me enormes ilusões para encarar a nova época com grande entusiasmo e ilusão

OT -Com uma carreira ainda jovem, o que espera vir a alcançar, ou seja, quais as suas grandes ambições para a sua carreira?
DP -Evoluir, evoluir cada vez mais, melhorar e tornar-me cada vez melhor cavaleiro e toureiro. Estas são as minhas grandes ambições e que vou lutar intensamente para o conseguir. Penso que o segredo do sucesso ao longo dos anos está aí, e os cavaleiros mais veteranos, por tudo o que alcançaram e continuam a alcançar, são o melhor exemplo disso. Continuar a tourear nas melhores praças, nas melhores feiras e datas, ao lado de todas as referências da tauromaquia será o reflexo disso e o meu grande objectivo. O reconhecimento por parte da grande aficion será a “cereja no topo do bolo” e pela qual vou lutar exaustivamente.

OT – Como caracteriza a temporada de 2013?
DP -Penso que a época de 2013 foi bastante positiva e, no seguimento do que temos falado, evoluí e melhorei dando seguimento às épocas anteriores. Por toda  conjuntura económica e até da própria tauromaquia em si, optei por escolher e seleccionar bem as corridas e dar preferência à qualidade do que à quantidade. Poderia ter toureado muito mais mas penso que a opção de selecção e da qualidade das corridas muito me beneficiou e muito contribuiu para o sucesso da época. Para o ano quero mais e ainda melhor e já estou a trabalhar para isso!
OT -O Duarte esteve na corrida TV Norte na Póvoa de Varzim na qual alcançou um grande êxito. Qual a sua opinião em relação à aficion nortenha?
DP -È uma aficion muito especial! Carinhosa, vibrante, entusiasta...etc...e que tanta falta faz à festa de touros. Entusiasma-me e incentiva-me cada vez mais tourear para os aficionados nortenhos e, espero que a própria aficion nortenha saiba da importância que têm na festa brava, porque têm muita e nunca é demais salientar esse facto!

Um forte abraço a todos os aficionados e a garantia da minha parte, que tudo farei, trabalhando intensamente cada dia, para responder às exigências dos aficionados. Estou com enormes ilusões para a nova temporada que está a chegar e vou fazer tudo para satisfazer toda a aficion!
Toda a informação das épocas anteriores, em vídeos, galerias fotográficas, quadra de cavalos, imprensa,...etc... no meu site : www.duartepinto.jimdo.com


O blogue Olhar Taurino agradece a colaboração de Duarte Pinto para a realização desta entrevista.

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